
Toda criança, quando está na fase das descobertas, retém em sua mente uma série de perguntas, indagações infindáveis. Questionam até mesmo as próprias respostas - nunca estão satisfeitas. Passam boa parte do tempo atrás de soluções para suas incontáveis dúvidas e porquês, abordando todos aqueles que estiverem por perto, pedindo exemplos e provas que possam demonstrar a veracidade das explicações e, finalmente, saciar sua fome de conhecimento e acalmar suas ansiosidades, suas vontades de descobrir uma nova verdade.
Assim é o jornalista. Tem, em sua cabeça agitada, milhares de questões e incertezas. Observa e analisa tudo à sua volta e sai, em uma procura desenfreada, para apurar aquilo que desconhece. Sua curiosidade e seu desejo de desvendar os mistérios que assolam a si e aos outros o fazem seguir adiante, bombardeando com incessantes perguntas todo aquele que for capaz e julgado útil para esclarecer-lhe os fatos obscuros. Ele indaga, duvida, questiona, levanta dados inúmeros. Por fim, após ter feito sua tão almejada descoberta, o jornalista age tal qual a pequena criança, que sai em busca de outros para contar sua novidade - ele mostra ao mundo a veracidade do fato, visto através de seus olhos, conseguido através de seus esforços, de seu trabalho de investigação.
Ser jornalista é, antes de tudo, ter um compromisso com a verdade, assim como, na infância, somos incapazes de mentir ou enganar. É não sentir medo ou vergonha de duvidar ou desconhecer, é saber ouvir e, sem dúvida, é reaprender a arte de aprender.
Marcela Souza
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