Segunda Gaveta

MARCELA SOUZA - Portifólio

Ser jornalista é como ser uma criança. É descobrir um mundo novo, observar ao redor com uma visão nunca usada, é ter a curiosidade e a sede de saber próprias de um ser humano no auge de sua infância.

Toda criança, quando está na fase das descobertas, retém em sua mente uma série de perguntas, indagações infindáveis. Questionam até mesmo as próprias respostas - nunca estão satisfeitas. Passam boa parte do tempo atrás de soluções para suas incontáveis dúvidas e porquês, abordando todos aqueles que estiverem por perto, pedindo exemplos e provas que possam demonstrar a veracidade das explicações e, finalmente, saciar sua fome de conhecimento e acalmar suas ansiosidades, suas vontades de descobrir uma nova verdade.

Assim é o jornalista. Tem, em sua cabeça agitada, milhares de questões e incertezas. Observa e analisa tudo à sua volta e sai, em uma procura desenfreada, para apurar aquilo que desconhece. Sua curiosidade e seu desejo de desvendar os mistérios que assolam a si e aos outros o fazem seguir adiante, bombardeando com incessantes perguntas todo aquele que for capaz e julgado útil para esclarecer-lhe os fatos obscuros. Ele indaga, duvida, questiona, levanta dados inúmeros. Por fim, após ter feito sua tão almejada descoberta, o jornalista age tal qual a pequena criança, que sai em busca de outros para contar sua novidade - ele mostra ao mundo a veracidade do fato, visto através de seus olhos, conseguido através de seus esforços, de seu trabalho de investigação.

Ser jornalista é, antes de tudo, ter um compromisso com a verdade, assim como, na infância, somos incapazes de mentir ou enganar. É não sentir medo ou vergonha de duvidar ou desconhecer, é saber ouvir e, sem dúvida, é reaprender a arte de aprender.

Marcela Souza

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