Gênero: Drama
Tempo: 97 minutos
Lançamento: 09/02/07
Classificação: 16 anos
SINOPSE: Após a morte da Princesa Diana, a rainha da Inglaterra, Elizabeth II (Helen Mirren), se vê diante de um impasse: ela terá de lutar contra velhas tradições reais se não quiser perder o carinho de seu povo. O primeiro ministro, Tony Blair (Michael Sheen), recém-eleito na época da tragédia, terá a difícil missão de mudar a visão da rainha, que não aceita as divergentes e modernas opiniões de Blair, principalmente em relação às providências que deve tomar para o funeral de Lady Di.
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Marcela Souza
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Em meio a inúmeras questões que o filme levanta, em termos de política e também de ética, um ponto importante levantado é a situação da Imprensa em casos explorados pela mídia, tornando-se grandes espetáculos.
O papel da mídia é, realmente, ir em busca dos fatos e, mais do que isso, ir em busca da verdade desses fatos. Porém, o que entra em questão aqui é: até que ponto a Imprensa tem o direito de invadir vidas e aumentar histórias para serem mais impressionantes e atrair mais leitores para suas notícias?
Ao se tratar do filme, vê-se claramente o sensacionalismo da Imprensa no caso da morte da princesa Diana, e como eles montaram uma imagem que lhe fosse favorecida em relação aos olhares dos ingleses e dos que a admiravam. Lady Di era (e ainda é) mundialmente conhecida não por ser parte da realeza do Reino Unido, mas por ser uma princesa que sempre buscou colaborar de alguma forma para a solução de problemas mundiais. Sempre teve sua imagem ligada à trabalhos sociais e beneficentes. Era vista como a "Princesa do povo", imagem essa que lhe foi muito benéfica, pois alguns de seus atos, considerados "deslizes" em sua vida sempre eram abafados com matérias que sempre voltavam à imagem de boa pessoa - jamais a Princesa que passava por problemas no Palácio Real de Buckingham, jamais a Princesa que quebrou uma das regras da realeza, divorciando-se do Príncipe Real, jamais a Princesa que, possivelmente, tinha casos extraconjugais. E, sim, sempre a Princesa que ia à África, cuidar de crianças carentes, fundadora de projetos sociais, embaixatriz de diversas organizações que buscavam salvar o mundo, uma Princesa mãe, uma Princesa que sempre andava de cabeça baixa por ser tímida.
A Rainha mostra o outro lado dessa história. O olhar de Elizabeth II perante a popularidade de sua "nora".A relação que ela tinha com a princesa Diana era publicamente conhecida. Todos sabiam que a rainha não era muito favorável a essa que todo o Reino Unido venerava. E, mesmo assim, após a trágica morte de Diana, o mundo não compreendia o motivo pelo qual a rainha não se manifestava. E a Imprensa, pegando esse "gancho", tratou de mostrá-la como uma víbora, sem coração, alegando que ela estava ignorando e hostilizando a morte de um ícone e exemplo para o mundo. No entanto, ao ver o filme, podemos notar que toda a frieza dela nada mais era do que uma questão de proteção ao seu filho e, principalmente, aos seus netos, herdeiros de Diana.
Nada disso foi compreendido pela Imprensa e nem pelo público. A morte de Diana colocou a rainha em segundo plano.E foi assim, desde que Diana apareceu. O mundo ganhara uma nova rainha, um novo ídolo. O problema todo se deu pelo fato da Imprensa ter somente um foco, um lado da história. Criando uma imagem, para todo mundo, de uma pessoa amarga. Como sempre, duas faces de uma história: a boa moça, no caso de Diana, e a bruxa má, a rainha. O mundo sempre gostou de brigas entre opostos.
Relacionando o filme com o caso da menina Madeline, por exemplo, foi ,basicamente, a mesma coisa. Portugal acusando a polícia da Inglaterra e vice-versa. O caso ficou famoso e um grande espetáculo foi montado.A solução até hoje, no entanto, não foi conseguida. Mas a história "esfriou". A briga entre os dois países tornou-se maior do que o grande fato em si: o sumiço de uma criança.
Falta de ética jornalística, que sabe que possui o poder de manipular pessoas e situações, e acaba usufruindo disso para, simplesmente, brincar com vidas, criar histórias, buscar sempre o foco de possibilite maior tiragens de jornal. Visam apenas o lucro por trás das grandes manchetes, e esquecem que, por trás dessas mesmas manchetes que tanto chocam e vendem, existem vidas muitas vezes destruídas.
O poder da palavra e da responsabilidade impera. A credibilidade e a confiança depositadas na Imprensa, pelas pessoas, a transforma em uma máquina, capaz de erguer ou derrubar vidas, a seu gosto.
O papel da mídia é, realmente, ir em busca dos fatos e, mais do que isso, ir em busca da verdade desses fatos. Porém, o que entra em questão aqui é: até que ponto a Imprensa tem o direito de invadir vidas e aumentar histórias para serem mais impressionantes e atrair mais leitores para suas notícias?
Ao se tratar do filme, vê-se claramente o sensacionalismo da Imprensa no caso da morte da princesa Diana, e como eles montaram uma imagem que lhe fosse favorecida em relação aos olhares dos ingleses e dos que a admiravam. Lady Di era (e ainda é) mundialmente conhecida não por ser parte da realeza do Reino Unido, mas por ser uma princesa que sempre buscou colaborar de alguma forma para a solução de problemas mundiais. Sempre teve sua imagem ligada à trabalhos sociais e beneficentes. Era vista como a "Princesa do povo", imagem essa que lhe foi muito benéfica, pois alguns de seus atos, considerados "deslizes" em sua vida sempre eram abafados com matérias que sempre voltavam à imagem de boa pessoa - jamais a Princesa que passava por problemas no Palácio Real de Buckingham, jamais a Princesa que quebrou uma das regras da realeza, divorciando-se do Príncipe Real, jamais a Princesa que, possivelmente, tinha casos extraconjugais. E, sim, sempre a Princesa que ia à África, cuidar de crianças carentes, fundadora de projetos sociais, embaixatriz de diversas organizações que buscavam salvar o mundo, uma Princesa mãe, uma Princesa que sempre andava de cabeça baixa por ser tímida.
A Rainha mostra o outro lado dessa história. O olhar de Elizabeth II perante a popularidade de sua "nora".A relação que ela tinha com a princesa Diana era publicamente conhecida. Todos sabiam que a rainha não era muito favorável a essa que todo o Reino Unido venerava. E, mesmo assim, após a trágica morte de Diana, o mundo não compreendia o motivo pelo qual a rainha não se manifestava. E a Imprensa, pegando esse "gancho", tratou de mostrá-la como uma víbora, sem coração, alegando que ela estava ignorando e hostilizando a morte de um ícone e exemplo para o mundo. No entanto, ao ver o filme, podemos notar que toda a frieza dela nada mais era do que uma questão de proteção ao seu filho e, principalmente, aos seus netos, herdeiros de Diana.
Nada disso foi compreendido pela Imprensa e nem pelo público. A morte de Diana colocou a rainha em segundo plano.E foi assim, desde que Diana apareceu. O mundo ganhara uma nova rainha, um novo ídolo. O problema todo se deu pelo fato da Imprensa ter somente um foco, um lado da história. Criando uma imagem, para todo mundo, de uma pessoa amarga. Como sempre, duas faces de uma história: a boa moça, no caso de Diana, e a bruxa má, a rainha. O mundo sempre gostou de brigas entre opostos.
Relacionando o filme com o caso da menina Madeline, por exemplo, foi ,basicamente, a mesma coisa. Portugal acusando a polícia da Inglaterra e vice-versa. O caso ficou famoso e um grande espetáculo foi montado.A solução até hoje, no entanto, não foi conseguida. Mas a história "esfriou". A briga entre os dois países tornou-se maior do que o grande fato em si: o sumiço de uma criança.
Falta de ética jornalística, que sabe que possui o poder de manipular pessoas e situações, e acaba usufruindo disso para, simplesmente, brincar com vidas, criar histórias, buscar sempre o foco de possibilite maior tiragens de jornal. Visam apenas o lucro por trás das grandes manchetes, e esquecem que, por trás dessas mesmas manchetes que tanto chocam e vendem, existem vidas muitas vezes destruídas.
O poder da palavra e da responsabilidade impera. A credibilidade e a confiança depositadas na Imprensa, pelas pessoas, a transforma em uma máquina, capaz de erguer ou derrubar vidas, a seu gosto.
Marcela Souza
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