A polêmica sobre o fim do jornalismo impresso reuniu três dos jornalistas mais experientes da região. Ouhydes Fonseca, diretor do CCA; Sérgio Santos, diretor responsável pelo Diário do Litoral e Fernando De Maria, do jornal Boqueirão, concordam que, mesmo com os avanços tecnológicos, o impresso não corre o risco de se extinguir. "O impresso é a maior fonte do jornalismo", afirmou Sérgio Santos na palestra de ontem sobre os 200 anos de jornalismo no Brasil, durante a programação da Jornada de Comunicação e Artes 2008.
Ele ainda afirmou que a melhor opção para a preservação do jornal impresso é através do investimento de empreendedores. "Se as grandes empresas e os orgãos governamentais abrirem espaço no mercado para esse tipo de mídia, sem dúvida o quadro atual dos nossos veículos melhoraria. Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma grande participação de empreendedores, e eles fazem com que os jornais cheguem a todos os lugares e a todas as pessoas. Isso cria maior conscientização na sociedade que, automaticamente, passa a se interessar mais pelo veículo".
Ouhydes Fonseca disse que os grandes jornais estão encontrando formas de enfrentar essas crises. Uma das maneiras, segundo ele, é fazendo um "jornalismo analítico, mais objetivo". Esse fator, na opinião do diretor do CCA, esclarece melhor o público e a riqueza de detalhes é um atrativo para os leitores.
Um grande problema enfrentado pelo jornalismo impresso no Brasil é a falta de recursos e maquinário para a criação de jornais. Fernando De Maria, do Boqueirão, diz que, em outros paises, a qualidade do material é muito superior. Ele comentou que Santos sempre foi importante para o jornalismo nacional. "As primeiras publicações foram aqui. Santos tem um dos jornais mais antigos e importantes do Brasil, a Tribuna. Mas, atualmente, os impressos locais lutam diariamente para se manter". Ele também acredita que o jornalismo impresso não vai acabar. "As tendências de mudança são grandes e inúmeras, mas não significam uma ameaça de extinção".
Para o jornalista, apesar dos avanços tecnológicos, o jornal impresso é a base da mídia, e há espaço ainda para que novos títulos sejam lançados. "Seria interessante se fossem criados mais jornais populares e gratuitos para gerar interesse na população. Mas os publicitários investem mais na televisão ou nos veículos on-line, e isso acaba empobrecendo a mídia impressa".
De Maria destacou a qualidade dos atuais profissionais da área. Para ele, só é preciso mais investimento por parte das grandes empresas. "Há muitas pessoas capacitadas que são excelents profissionais. Eles só não tem onde trabalhar".
Marcela Souza - publicado em Agência Facos.
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