Segunda Gaveta

MARCELA SOUZA - Portifólio

O índice de assaltos dentro do shopping Brisamar, em São Vicente, diminuiu com o decorrer dos meses desde sua inauguração, mas ainda preocupa. Marcos Roberto da Silva, delegado do 1º DP de São Vicente, diz que a situação "não é normal. Furtos dentro de um estabelecimento como um shopping não podem ser vistos como uma coisa comum. Até porque tem seguranças e câmeras, e está sempre lotado. Não é um local fácil de se praticar um crime".


O delegado diz que o problema persiste desde que o Brisamar foi inaugurado. "Nos primeiros cinco meses, mais ou menos, a média era de pelo menos uns dois furtos por dia. Sempre tinha gente aqui na delegacia reclamando disso. Chegamos a ter oito casos em um mesmo dia. Era absurdo".

Hoje, com quase um ano de shopping, o índice diminuiu, mas não acabou. Pelo menos duas pessoas por semana registram um boletim de ocorrência por terem sido assaltadas nos banheiros do Brisamar, segundo dados do 1º DP.

O local onde ocorrem os furtos são, principalmente, os banheiros, em especial os femininos. Adelaide Paula Cardoso diz que frequenta o Brisamar desde a inauguração e já foi assaltada lá dentro. "O rapaz era novo, estava bem vestido até. Estava atrás de mim no corredor de acesso aos sanitários. Nem imaginei o que ele iria fazer. Quando eu já estava dentro do banheiro, vi o mesmo rapaz entrar, tirar uma faca do bolso e ameaçar três mulheres que estavam no espelho. Ficamos todas apavoradas. Elas entregaram os celulares ele saiu bem rápido. E pelo visto ninguém no shopping fez nada", conta indignada.

Os seguranças do Brisamar afirmam não ter condições de controlar a situação. Um deles, que não quis ser identificado, disse que não tem como o pessoal da segurança controlar as pessoas que entram. "Nós não podemos ficar dentro dos banheiros olhando quem está lá, seria falta de privacidade para as mulheres, que são as maiores vítimas dos furtos. Também não temos como revistar cada pessoa que entra aqui, seria necessário uma equipe enorme, e seria também constrangedor, os administradores não concordariam.

O segurança diz que as pessoas têm uma idéia errada da situação. "Se alguém vem e reclama, diz que sofreu um assalto, acompanhamos a pessoa para tentar achar o possível assaltante e, se conseguirmos achar, a gente encaminha para a polícia", explica.

Já outro segurança, que também não quis se identificar, não acredita que os furtos sejam tão frequentes. "Não é assim como dizem. As moças vêm pra cá cheias de jóias, saem daqui à noite, falando nos celulares ou com eles pendurados no pescoço, são assaltadas aqui na esquina e correm pra delegacia dizendo que foram assaltadas no shopping. Mas não foi necessariamente dentro do shopping, e sim nas redondezas. Nunca veio ninguém a mim dizendo que foi assaltado no banheiro nem em nenhum outro lugar dentro desse shopping".

A reportagem do Agência Facos entrou em contato com a Administração do shopping, porém a administradora não quis dar entrevista.


Marcela Souza - publicado em Agência Facos.

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