
As dificuldades enfrentadas começaram no trajeto, no navio que os trazia. Sem o mínimo de condições de higiene e alimentação, a doença lhes foi companheira de viagem. Fome, miséria e morte misturados à esperança e a ilusão de dias melhores, banhados a ouro, formam o cenário dos meses que pareciam não findar em alto-mar.
É neste cenário que encontramos Lola, uma moça jovem, que já havia sofrido tanto em sua vida, levando nos braços sua pequena Maria, seu único motivo de fé e crenças em uma vida diferente. Sozinha e desamparada, com medo do que a aguardava, ela encontra Carmem e Rafael, e a vida parece lhe sorrir novamente, depois de tanta dor.
Mas a vida não é como gostaríamos que fosse, e não sabemos o que o destino nos reserva. Apenas o Pai Sagrado, em sua infinita sabedoria, sabe o que é necessário à evolução de seus filhos.
Enfrentando preconceitos, ciúmes, o sentimento de posse, apego e egoísmo, essa história conduz nossos personagens para caminhos tortuosos, mas sempre com um propósito maior: o pagamento justo de dívidas contraídas há muito tempo.
E assim aprenderam, através de muito sofrimento, que as pessoas a quem amamos não nos pertencem, e que o preço é alto demais quando tentamos aprisionar uma alma. Somos todos espíritos livres, almas que tem o direito de fazer suas próprias escolhas.
Lola e Carmem deviam conduzir a pequena Maria para que ela pudesse cumprir com a valiosa missão adquirida no Plano Maior. Rafael, em companhia de Julian, um jovem sonhador e corajoso, foram peças importantes e imprescindíveis no aperfeiçoamento destas almas ligadas pela teia dos séculos.
Mas, uma vez envoltos pela carne, devido a imensa misericórdia de Deus e providos com a benção do esquecimento, as promessas feitas no Plano Espiritual se tornam mais difíceis, e as tentações mundanas da Terra se tornam obstáculos duros de se transpor. As impressões e sentimentos que nos guardam a alma não são abandonadas com a troca da carne: elas nos acompanham. E, quando reencarnados, sem o auxílio direto dos mentores de luz, contando apenas com a difícil tarefa de vigiar nossas vibrações, esses sentimentos impuros nos tornam cegos perante a verdade que viemos buscar.
Mas nada disso é em vão. Tudo segue um curso correto, quem o dificulta somos nós. E à duras penas, depois de muito cair nos tentáculos da ilusão, todos aprendem que o dinheiro sem amor não vale nada, que o amor sem sinceridade não é sublime e que apenas a doação da alma em prol do próximo, sem apego, é que nos faz crescer e encontrar a felicidade, pois cada um tem O DESTINO EM SUAS MÃOS.
Marcela Souza
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